A Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro, por meio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SEPM), em parceria com o Governo de Sergipe, está realizando capacitação com mulheres assistidas pelo Centro de Referência de Atendimentos à Mulher (Cram). A iniciativa visa incentivar a produção da renda irlandesa e preservar o patrimônio material do Estado, além de empoderar mulheres e torná-las independentes financeiramente.
A secretária especial da SEPM, Maria da Taiçoca, conta que as aulas do curso de renda irlandesa têm duração de quatro meses e acontecem na Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego (Setrab). “Esta é uma das ações da gestão municipal em prol das mulheres. A renda irlandesa é um patrimônio nosso, além de ser uma opção de renda extra. Esses projetos fazem total diferença na vida de mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade, podem mudar completamente o rumo de suas vidas”, disse.
A assessora técnica da Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SPM) e consultora de negócios, Laís Veloso, explica que o curso de renda irlandesa está unindo a produção com o aprendizado da precificação e vendas, para que as mulheres terminem o curso e já possam empreender com segurança, sabendo organizar sua vida financeira.
“Nosso objetivo é que as mulheres, além de aprender a fazer a renda, aprendam a precificar e a vender, porque é importante que se torne um negócio para elas, sabemos que o empreendedorismo dá muita autonomia e essa foi a intenção da secretaria ao unir esses dois projetos. Queremos buscar cada vez mais mulheres e mostrar que elas são capazes de fazerem o que quiserem. Além disso, claro, fomentar a produção de algo que é nosso, dos sergipanos”, completou Laís.
Saber cultural e empreendedorismo
Professora e rendeira há mais de 14 anos, Neidiele Silva, 27 anos, explica que essa é uma oportunidade de incentivar o saber cultural para as novas gerações, tendo em vista que Sergipe é o único produtor de renda irlandesa do mundo. Para ela, esta é uma oportunidade de mostrar que as mulheres podem romper ciclos de violência que muitas vezes atravessam suas vidas dentro de casa.
“Queremos fomentar e preservar nossa cultura local. Queremos, através da renda irlandesa, gerar renda extra. Estou aqui para compartilhar o conhecimento sobre o fazer renda irlandesa, para que as mulheres possam sair dessa situação de vulnerabilidade social que algumas se encontram. A renda irlandesa é nosso patrimônio, nosso orgulho sergipano, e sabemos que precisamos preservar esse saber cultural, por isso estamos incentivando as novas gerações”, afirmou Neidiele.
Neidiele explica que essa cultura há muito foi perdida no país de origem, que é a Irlanda, mas aqui em Sergipe ela foi mantida, por isso é tão importante executar políticas públicas efetivas para preservar esse saber. “Estamos tendo uma grande valorização cultural em nosso estado. Eu participo de várias feiras e percebo que a produção artesanal nunca foi tão valorizada como está sendo agora. Temos espaço de comercialização, intercâmbio internacional, viagens pelo Brasil levando nossa cultura, e as capacitações permitindo que a produção aumente e a cultura seja mantida. É bonito de ver”, declarou a rendeira.
A aluna Michele Correia, 42 anos, disse que seu intuito é aprender a fazer a renda irlandesa para fazer disso mais uma forma de ganhar dinheiro. “Fiquei sabendo do curso e logo corri para participar. Estou animada. Quero aprender a fazer a renda irlandesa e, se me apaixonar, conseguir comercializar esse produto. Esse tipo de iniciativa é muito importante dentro dos equipamentos da Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro, um investimento na população”, disse.